segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Until Dawn - Games

'Until Dawn' é jogo de terror que fãs de 'Pânico' sempre quiseram
Jogador decide se personagens morrem diante de assassino mascarado.
'Until Dawn' será lançado em 2015 com exclusividade para PlayStation 4.



Se você cresceu vendo filmes de terror como "Halloween", "Pânico" e "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado", então é muito provável que "Until Dawn", game exclusivo do PlayStation 4, seja o que você sempre quis jogar. O jogo conta a história de um grupo de amigos que acaba topando com um assassino mascarado durante uma viagem de férias, e cabe a você fazê-los sobreviver (ou não).

Na versão de "Until Dawn" testada na feira PlayStation Experience, em Las Vegas (EUA), acompanhamos uma parte do game estrelada por Samantha, personagem interpretada e dublada pela atriz Hayden Panettiere (da série "Heroes"). Sam está ouvindo música clássica em uma banheira (um pouco clichê), dentro de uma casa de campo enorme e no meio do mato (bem clichê), quando o serial killer consegue atrair a heroína ainda seminua, de toalha enrolada no corpo, para fora do banheiro (absurdamente clichê). O que não é batido é o que acontece daí em diante.
Sam faz pouco além de caminhar pelos ambientes da casa e interagir com objetos. Porém, os ângulos de câmera fixos e opostos a cada cena, em um jogo de imagens que lembra até os primeiros "Resident Evil", são responsáveis por construir a tensão. E quando Sam é confrontada pelo assassino – uma mistura de Michael Myers com "Onde os fracos não têm vez" – cabe a você fazer as escolhas. É melhor jogar um vaso contra a ameaça ou sair correndo? Na outra sala, o ideal é se esconder debaixo da cama ou pulá-la e continuar fugindo?





Nessas horas, assume-se mais o papel de um espectador do que o de um jogador propriamente dito. Por causa disso, por ser puramente narrativa e não depender da habilidade de cada um, é que a tomada de decisões de "Until Dawn" deixa o game tão emocionante. Cada momento desses é uma crise de julgamento: o que Sidney Prescott, da série "Pânico", faria para se livrar do vilão Ghostface? As medidas menos óbvias surtiram efeito (nunca vá para debaixo da cama, isso é cilada) e me ajudaram a escapar. E no final, precisei me concentrar para não mexer o controle e passar despercebido – o game preserva algumas mecânicas de quando ainda era desenvolvido para o PS Move.

Essa importância das decisões pode ser sacada antes mesmo de "Until Dawn" começar. No início, o jogo perguntou se tenho mais medo de agulhas ou de sufocamento. Se o que mais me assusta são multidões ou o isolamento. As respostas a esses questionamentos ajudam a ajustar a partida às minhas sensações. Isso determina, entre outras questões, a arma que o assassino irá usar para tentar acabar com a minha raça (sai para lá com essa máscara de gás). E se por acaso alguma decisão minha levasse ao fim de Sam, o jogo continuaria sem interrupções. Isso porque, de acordo com o estúdio Supermassive Games, a história de "Until Dawn" se adapta a cada acontecimento, e o jogador pode terminar o game com os oito personagens vivos... ou com todos mortos.

Essa lógica de permanência lembra games recentes, como os "adventures" "The Walking Dead" e "The Wolf Among Us" e até mesmo o "clássico moderno" "Heavy Rain". Mas ao contrário dos primeiros, onde impera a reflexão e a moral, e do segundo, onde fazer a barba é considerado interessante, "Until Dawn" se preocupa mais em turbinar a adrenalina a cada decisão. Aproveitando de forma criativa os estereótipos dos filmes de terror e abusando da fidelidade gráfica dos personagens, o game diverte, assusta e empolga, e deve se tornar uma das experiências mais originais do PS4. "Until Dawn" tem lançamento previsto para 2015.




Fonte: G1